quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Mentira

Experimente, por um momento, aceitar a idéia de que você não é o que você acredita que é, que você se estima demais, e que, então, você mente pra você mesmo. Você se mente sempre, a cada instante, durante todo o dia, toda a vida. Que a mentira te governa a tal ponto que você não pode mais controlar isso. Você é a presa da mentira. Você mente por toda a parte. As tuas relações com os outros, mentira. A educação que você dá, as convenções, mentira. Teus ensinamentos, mentira. Tuas teorias, tua arte, mentira. Tua vida social, tua vida em família, mentira. E o que você pensa de você mesmo? Mentira... igualmente! Mas você não se detém nunca no que você faz, nem no que você diz, porque você acredita em você. É preciso de deter interiormente e observar. Observar sem tomar partido, aceitando, por um tempo, essa idéia da mentira. E se você observar dessa maneira, pagando por si mesmo, sem se apiedar, dando todas as suas pretensas riquezas por um momento de realidade, talvez você veja, de repente, o que você nunca tinha visto antes desse dia. Perceberá que você é diferente desse que você acreditava ser. Você verá que você é dois. Esse que não é, mas que toma o lugar e representa o papel do outro, e aquele que é, mas, tão fraco, tão inconsistente, que mal aparece, e ele desaparece imediatamente. Ele não suporta a mentira, a mínima mentira o faz desfalecer. Ele não luta, ele não existe, ele é vencido antecipadamente. Aprenda a olhar até que você tenha visto a diferença entre as duas naturezas, até que você tenha visto a mentira, a impostura em você. Assim que você tiver visto as tuas duas naturezas, nesse dia, em você, a verdade terá nascido.
(C. Stanislavski)

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

O teatro, casa dos sonhos


O teatro, casa dos sonhos... de Bertolt Brecht



Muitos vêem o teatro como casa
De produção de sonhos.
Vocês atores são vistos
Como vendedores de drogas.
Em seus locais escurecidos
As pessoas se transformam em reis e realizam
Atos heróicos sem perigo.
Tomado de entusiasmo
Consigo mesmo ou de compaixão por si mesmo
Fica-se sentado, em feliz distração esquecendo
As dificuldades do dia a dia – um fugitivo.
Todo tipo de fábula preparam com mãos hábeis,de modo a
Mexer com nossas emoções. Para isso utilizam
Acontecimentos do mundo real. Sem dúvida, alguém
Que aí chegasse de repente, o barulho do tráfego aindanos ouvidos
E ainda sóbrio, mal reconheceria sobre essas tábuas
O mundo que acabou de deixar.
E também
Saindo por fim desses seus locais,
Novamente o homem pequeno, não mais o rei
Não mais reconheceria o mundo e se acharia
Deslocado na vida real.
Muitos, é verdade
Vêem essa atividade como inocente.
Na mesquinhez
E uniformidade de nossas vidas, dizem, sonhos
São bem-vindos. Como suportar
Sem sonhos? Mas assim, atores, seu teatro torna-se
Uma casa onde se aprende a suportar
A vida mesquinha e uniforme, e a renunciar
Aos grandes atos e mesmo à compaixão
Por si mesmo. Mas vocês
Mostram um falso mundo, descuidadamente juntado
Tal como os sonhos o mostram, transformado por desejos
Ou desfigurado por medos, tristes
Enganadores.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

É isso aí, pessoal! Hoje começa aquela semana tão aguardada, pelo menos por mim!
Só quero chamar a atenção pra duas mudanças que surgiram, mas que ninguém atualizou na divulgação pra internet.
Trata-se do espetáculos "Inconsciente", "Cultura Bovina?" e "Descobrimento das Américas" (marcados na imagem com pontinhos vermelhos) . Aqui estão os novos horários:


"Cultura Bovina?"
13 de agosto/quarta-feira
20h30min.


"Inconsciente"
14 de agosto/quinta-feira
19h


"A Descoberta das Américas":
15 de agosto/sexta-feira
20h30min

Bons espetáculos a todos e divirtam-se!!!


PS.: Clique na foto pra que ela fique grande e legível...








quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Um pouquinho de Stani


"Se o teatro não puder enobrecê-lo, trasformá-lo numa pessoa melhor, você deve fugir dele."


Constantin Stanislavski

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Aos oficineiros...




Às minhas novas (e algumas velhas) paixões...

Depois daquele bafão de ficar chorando na aula, gostaria de dizer de verdade o quanto vocês são importantes para mim. Significa muito para a arte sul matogrossense um grupo se dedicar de tal maneira a ajudar os outros que deve tomar o cuidado para não se esquecer de si mesmo.

Talvez sejam muitas pessoas novatas, que ainda não sabem competir e puxar o tapete dos colegas de trabalho. Pois bem... Não aprendam tão cedo! Enquanto ajudarmos uns aos outros seremos um grupo... enquanto dissermos o que estamos sentindo sem ferir o outro, seremos amigos.

Sei que sempre nos damos melhor com umas pessoas do que com outras... mas ali todo mundo se entende... Começa com um alfinete que você empresta, passa por um espelho doado, por uma ajuda no figurino, um abraço, um sorriso, uma bronca... e termina tudo em festa e alegria quando o resultado é mããrãvilhõõõso.

Peço descupas se às vezes passo do limite com minhas paranóias, mas é que eu sempre quero ver todo mundo arrasando e brilhando. E quando eu estiver de TPM, eu juro que aviso antes... pois nem eu consigo me agüentar...

Para nossa estrelinha Dominiq: às vezes você me assusta com suas loucuras, mas me sinto estranhamente confortável quando você me pede calma, e eu confio em você! Não me pergunte o porquê, mas confio!

Enfim... só queria dizer às novas pessoas que conheci nesse grupo que vocês são especias para mim, de uma maneira ou de outra...

E peço licença a todos vocês para homenagear 4 pessoas que são velhos amigos, e que fico extremante feliz em tê-las ao meu lado num grupo tão bonito.

Aline: Não sei o que seria de mim sem sua paciência pra me escutar...

Ana P: Eu adoro a irritação que vc me causa. Você é linda meu amor!

Carlos: Dono do melhor abraço do mundo, talvez você não saiba, mas a força que procuro em você não me deixa cair.

Ísis: Seu cheirinho me conforta e sua voz me acalma.

Abraços a todos e todas!

Thaysa (com Y e som de Z)

mudança

Hoje eu decidi que meu blog não falará mais apenas sobre teatro. Falarei sobre o que acho interessante, que merece destaque, sobre o meu dia-a-dia, o que amo e o que odeio.
Geralmente tem alguma coisa a ver com teatro, então... Paciência! =P

domingo, 15 de junho de 2008

Amiga Aline...


Usei uma foto dela porque esse texto faz parte de um depoimento que ela me mandou... e que eu amo de paixão!


"O ator é um advérbio que ramificou de um substantivo.

E o substantivo retorna e gira, e o ator é um adjetivo.

É um nome que provém ultimamente do Nome.

Nome que se murmura em si, e agita, e enlouquece.

O ator é o grande Nome cheio de holofotes. O nome que cega.

Que sangra. Que é o sangue.

Assim o ator levanta o corpo,enche o corpo com melodia. Corpo que treme de melodia.

Ninguém ama tão corporalmente como o ator. Como o corpo do ator. "

Pra ficar inspirado, vá ao teatro!

Quem nunca saiu de um espetáculo com vontade de fazer alguma coisa que parecia loucura, mas cujo impulso, dado pela encenação, foi mais forte?

Quando assisti a "Amor em tempos de servidão", escrevi um bilhetinho:
Assim como as cores se misturam
No encontro do sol com a lua
Nada haverá entre minha pele e a sua.

E coloquei no limpador de parabrisa do carro 'dele'. Foi loucura, mas meu coração pediu aquilo.

Então aqui vai o post de hoje:




"Se a vida imita a arte, é fácil ficar bem inspirado: vá ao teatro.

O teatro é a comunhão do espectador com o drama, a comédia ou a tragédia que está sendo encenada. Você vai ao teatro e chora, ri, se envolve, reflete. Catarse, como diziam os gregos.
É uma experiência que sempre modifica sua vida.


Aliás, não esqueça: hoje tem espetáculo. Não perca!"


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Independência

"Quando um personagem nasce, adquire imediatamente tal independência, inclusive do seu próprio autor, que pode ser imaginado por todos em tantas outras situações em que o autor não pensou inseri-lo, e às vezes pode adquirir também um significado que o autor jamais sonhou em dar-lhe!"
(Luigi Pirandello)

terça-feira, 1 de janeiro de 2008




Aqui você pode ver o antigo teatro de Dionísio. Ele é provavelmente o teatro mais antigo da Europa. Nele foram apresentadas as grandes tragédias de Ésquilo, Sófocles e Eurípedes, ainda durante a época em que Sócrates viveu. Foi ali que a tragédia do infeliz rei Édipo estreou, mas também se montavam comédias. O mais conhecido poeta cômico foi Aristófanes, que, entre outras coisas, escreveu uma comédia maldosa sobre Sócrates, que foi representado como o bufão de Atenas.
Lá atrás você pode ver a parede de pedra diante da qual os atores representavam. Ela se chamava skené e deu origem à nossa palavra "cena". A propósito, a palavra "teatro" deriva de uma antiga palavra grega usada com o sentido do verbo "ver".